quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Mais construção na Quinta Marques Gomes

Tal como o Bloco de Esquerda previa, a Quinta Marques Gomes vai sofrer mais um esventramento com um novo projecto imobiliário.
A Quinta Marques Gomes, situada na Baía de S. Paio, sobranceira ao Estuário do Douro, é uma área arvorizada com cerca de 360.000 m2, actualmente na posse do Grupo Espírito Santo. Neste espaço, o PDM em vigor, não permite construção, nem o actual o prevê. Contudo, por força do recurso do PP - Plano de Pormenor, expediente usado pelas autarquias para contornar os obstáculos legais, na Quinta está a ser autorizada a construção. A primeira fase, surgiu no âmbito do Programa Polis, com o apadrinhamento da Câmara que autorizava a construção de 150.000 m2 de habitação, comércio, e outros serviços. Contudo, por decisão da CCDRN-Comissão Coordenadora e de Desenvolvimento da Região Norte, o projecto foi reduzido a 50.000 m2.

Na altura em que surgiu a notícia deste projecto, o Bloco de Esquerda denunciou publicamente e nas Assembleias Municipal e de Freguesia que este seria o primeiro passo para novos projectos imobiliários do Espírito Santo nos terrenos da Quinta, possibilidade que a Câmara rejeitou.
Em 2003 o Bloco de Esquerda requereu ao Ministro do Ambiente que toda a Baía de S Paio, uma área natural com cerca de 1.000.000 m2, fosse considerada Área de Paisagem Protegida, como forma de impossibilitar a construção na Quinta. Infelizmente a nossa pretensão não foi aceite e eis que as nossas suspeitas começam a ser realidade.


Na última Assembleia Municipal, o vereador Firmino Pereira , questionado pelo nosso deputado municipal, sobre as razões do alargamento da rua Marques Gomes para o interior da Quinta, disse que tal se justificava porque está prevista um projecto imobiliário para o terreno ao longo da rua, isto é, numa frente de 350 metros.

Esta cedência da Câmara aos interesses imobiliários do BES, é mais uma demonstração da política do Euro-Cimento que o Executivo desenvolve há anos, cedência que poderá voltar a acontecer quando a chamada VL 1, que vai entrar na Quinta até ao rio, estiver pronta e o BES requerer novo projecto imobiliário.
Esta intenção é contraditória com a boa decisão do Executivo em declarar o espaço do futuro Refúgio Ornitológico do Estuário em RNL - Reserva Natural Local.
O Bloco de Esquerda irá denunciar este novo atentado ao espaço natural, debilitando, assim, o necessário equilíbrio eco-ambiental.

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